Existem pessoas que a
aventura é uma forma de estar na vida, deixam as áreas de conforto e sem
olharem para trás são capazes de empreenderem aventuras de uma vida, só ao
alcance dos mais destemidos.
Foi o que fez um grupo
de amigos da Benedita, despediram-se dos trabalhos mais ou menos
seguros que tinham e organizaram uma expedição de bicicleta de 7000 Km da Benedita ao
Cáucaso com o objetivo de divulgar e preservar o leopardo Caucasiano.
Fui convidado para
participar na primeira etapa que ligou a Benedita a Olhos de água em
Alcanena com cerca de 40 Km e na qual tive muito prazer em participar e agora
partilhar esta aventura.
Esta etapa teve como objetivo
divulgar a aventura, juntar os amigos e familiares dos aventureiros para
confraternizar antes da partida, acompanha-los nos primeiros quilómetros para
lhes dar força e desejar a continuação de uma boa viagem e aventura.
Fica aqui o link para os
acompanhar diariamente nesta extraordinária aventura : https://www.facebook.com/dabeneditaaocaucaso?fref=ts
Como faço geocaching,
uma atividade de caça ao tesouro dos tempos modernos, em que os utilizadores
depois de se inscreverem no site com o mesmo nome têm acesso a coordenadas de
tesouros escondidos por outros utilizadores e designados "caches".
Depois é só descarregar essas coordenadas para um qualquer aparelho de GPS e
ir à procura da dita cache que se encontra dissimulada no meio envolvente e que
têm como objetivo mostrar um local bonito, interessante ou mesmo cultural. Cada
cache tem uma listing no site a descrever o local e a sua história ou
o motivo pela qual o Owner acho interessante colocar ali uma cache.
Essas caches podem ter vários formatos, mas o mais comum é uma caixa com
presentes para troca, mas o que se troca são os presentes, porque a caixa deve
ser deixada no local da mesma maneira que a encontramos. Depois de encontrar o
tesouro o utilizador deve assinar um logbook que se encontra dentro
da caixa e mais tarde partilhar a sua experiência na listing da cache
no mesmo site. E por isso nesta aventura como noutras gosto de procurar umas
caches para ficar a saber um pouco mais sobres os locais por onde passo e
depois partilhar a experiência na listing com os outros utilizadores.
É para mim também uma forma de mais tarde ao reler os logs destas caches
recordar-me destas aventuras.
Quando cheguei à Benedita,
já os organizadores tinham uma grande tenda montada na Praça Damasceno Campos,
com muita gente, bicicletas, publicidade, todo o aparato do início de uma
verdadeira aventura.
Como não podia deixar de
ser liguei o GPS para ver se existiam caches por perto e o aparelho
indica-me que estava praticamente em cima de uma. Iniciei as buscas e passado
pouco tempo já a tinha na mão. Uma cache do tamanho “micro” que só tem
o logbook e é muito comum em meio urbano.
Daqui, fomos a casa dos
organizadores, que nos tinham preparado umas bifanas para nos fortalecer para
os quilómetros que iria-mos fazer. Depois deste repasto e convívio, iniciamos
os primeiros quilómetros, rumo a sul para contornarmos a serra de Aires e
Candeeiros, até às salinas naturais de Rio Maior. Foi aqui nas salinas que se fez a primeira
paragem para descansar e sobretudo tirar umas fotos para o evento. Eu, claro
aproveitei a paragem para procurar umas caches que por ali houvesse. Existia
várias sendo a que ficava mais perto uma earthcache. Este tipo de cache é
especial e faz-nos observar fenómenos geológicos que depois temos que responder
para poder logar a mesma. Já no princípio da etapa alguns elementos que estavam
presentes no evento ficaram curiosos e expliquei-lhes o que era o geocaching.
Assim esta cache também calhou bem para explicar-lhes o que era uma earthcahe.
Enquanto ainda estava a explicar, um dos elementos já me estava a dizer as
respostas que tinha visto numa placa, acreditei nele mas dei-me mal.
Depois das fotos de
praxe, lá continuamos viagem em amena cavaqueira e com o pessoal todo bem
disposto. Parando uma segunda vez em Amiais de Cima, para abastecer e que abastecimento.
Estes organizadores e as suas famílias são de facto uns anfitriões excecionais.
Enquanto a rapaziada se entretinha com o repasto, eu aproveitei para procurar mais uma menina que se encontrava na antiga escola de Amiais de Cima. Esta mostrou-se matreira, por estar bem escondida, mas lá apareceu numa escola a lembrar os velhos tempos em que passei por uma igual.
Daqui a Olhos de água
foi um pulinho, onde mais uma vez esperava-nos um repasto com sopas, pizzas,
cerveja, vinho e outras iguarias confecionadas pelos familiares dos
aventureiros. Quem pensava que podia perder umas calorias com estes 40 Km de
bicicleta, enganou-se redondamente, pois o rácio de quilómetros/abastecimentos,
beneficiou sem dúvida as calorias.