Este ano foi altura para conhecer a Cantábria e o País basco durante as férias de Verão e desde já digo que são brutais. Pelas paisagens, pelas gentes, pela gastronomia e até pelo clima temperado nesta altura do ano.
A viagens foi feita de carro e com a tenda na bagageira, sem compromissos e a improvisar. A primeira paragem foi revisitar Salamanca uma cidade linda. Salamanca, situada no noroeste da Espanha, é a capital da província de mesmo nome, parte da região de Castela e Leão. Com uma história que remonta à era celta, a cidade é conhecida pela elaborada arquitectura em arenito e pela Universidade de Salamanca. Fundada no século XII e importante centro intelectual nos séculos XV e XVI, a universidade continua contribuir para a agitação da cidade com sua população de estudantes internacionais.







A segunda paragem foi em Valladolid, onde ficámos e desta vez num hotel. Valladolid é uma cidade no noroeste de Espanha, conhecida pelos locais religiosos medievais, como a igreja gótica espanhola San Pablo, cuja história remonta ao século XV, na Plaza San Pablo. Nas proximidades, encontra-se o Palácio Real, a residência dos reis espanhóis no início do século XVII. O Museu Nacional da Escultura situa-se num edifício gótico. O Museu de Cristóvão Colombo narra a vida do explorador italiano, que morreu em Valladolid em 1506. Uma Cidade que também gostámos muito. A cidade do rio Pisuerga, que conserva no seu centro histórico um interessante conjunto renascentista composto por casas, palácios e edifícios emblemáticos como a Catedral, o Colégio de San Gregorio (actual sede do Museu Nacional de Escultura) e a igreja de San Pablo.








A paragem seguinte foi em Noja uma pequena localidade costeira com um excelente parque de campismo (Camping play Joyel), onde ainda disfrutámos da bela praia que tem. O objectivo foi visitar Santander, uma cidade que não gostámos muito. Santander na Cantábria, é no norte da Espanha, une paisagens verdes de montanha com a areia branca de suas praias, edifícios senhoriais e palácios com arquitectura de vanguarda e um inconfundível eco da sua tradição de pesca. Uma cidade que contém várias cidades, uma à beira mar com charme e a outra mais afastada com aspecto de subúrbios de uma grande cidade.
Deste parque e de Santander, seguimos para o parque de campismo de Sopelana, onde ficámos três dias para visitar Bilbau e algumas atracções nos arredores, como o castelo de Butrón e a magnifica ermita de San Juan de Gaztelugatxz, um dos locais mais emblemáticos e bonitos que tivémos durante toda este viagem. O castelo de Butrón fica localizado na Gatika, província de Biscaia, no norte da Espanha. Data originalmente da Idade Média, embora deva a sua aparência actual a uma reconstrução quase completa iniciada por Francisco de Cubas em 1878. O castelo tem um visual de conto de fadas inspirado nos modelos de castelos da Baviera.
Gaztelugatxe é um ilhéu na costa da Biscaia, que pertencente ao município de Bermeo, País Basco. Está ligada ao continente através de uma ponte construída pelo homem. No topo da ilha há um eremitério, dedicado a João Batista, que data o século X. A ermida de San Juan de Gaztelugatxe, localiza-se a cerca de 150 metros sobre o nível do mar. A ligar o ilhote a terra há uma ponte em pedra e um percurso com os seus 241 degraus. Do estacionamento até chegar e começar a vislumbrar a ermida também é necessário realizar uma pequena caminhada por um trilho em muito bom estado. A caminhada de ir e vir são cerca de três quilómetros que eu e a Manuela por distracção fizemos de chinelos, coisa que não aconselho. A ermida pela sua beleza e misticismo já era famosa, no entanto após aparecer na Guerra dos Tronos começou a receber uma avalanche de visitantes e agora é aconselhável fazer uma reservar para a visita, embora esta seja gratuita.
Os dois dias seguintes foram para visitar Bilbau, uma cidade brutal, com a parte mais moderna e a mais antiga, mas ambas muito bonitas.
Bilbau, uma cidade portuária industrial no norte de Espanha, está rodeada de montanhas verdes. É a verdadeira capital do País Basco, com o centro repleto de arranha-céus. É célebre pelo Museu Guggenheim Bilbao, concebido por Frank Gehry, que desencadeou uma revitalização quando abriu portas em 1997. O museu alberga obras modernas e contemporâneas proeminentes, mas o centro das atenções é o edifício curvilíneo e revestido a titânio.
A visita a esta cidade do norte da Espanha pode começar pelo Museu Guggenheim Bilbao. É um dos exemplos mais surpreendentes da arquitectura do século XX, já que Frank Gehry utilizou 33.000 finíssimas chapas de titânio para criar as suas curiosas formas curvas. No seu interior, compartilha com Nova Iorque e Veneza a mais importante colecção particular de arte moderna e contemporânea do mundo. Além disso, Bilbau possui outra das melhores galerias de arte de Espanha: o Museu de Belas Artes. À aposta por uma imagem inovadora e imaginativa unem-se o Palácio Euskalduna, as estações de metro de Norman Foster, as torres de Isozaki e Pelli, a ponte Zubizuri de Calatrava ou novos centros culturais como a Alhóndiga de Philippe Starck, construído a partir de um antigo armazém de vinhos.
Por outro lado, Bilbau não pode ser imaginada sem seu característico centro histórico, com mais de 700 anos de história. Dá gosto caminhar pelas conhecidas “Siete Calles” e ir encontrando edifícios icónicos como a Catedral e o teatro mais elegante da cidade, inspirado na Ópera de Paris, o Arriaga, assim como uma mistura de lojas e cafeterias que vão do mais tradicional ao mais cool.
E depois temos a gastronomia e a prova que no País Basco a gastronomia é uma arte é porque é um dos lugares do mundo com mais Estrelas Michelin por pessoa. A Plaza Nueva e seus arredores estão repletos de bares movimentados que servem seus famosos pintxos: pequenos bocados de comida, cada uma mais deliciosa que a outra. Portanto, entre animadas tabernas, restaurantes familiares e chefs de prestígio, os comilões vão encontrar aqui o seu lugar no mundo. Especialmente se somarmos a isto a opção de visitar o Mercado de la Ribera, um lindo edifício onde se pode pedir para cozinharem a nossa compra ou provar uma selecção de pintxos e de vinho Txakoli ao ritmo da música ao vivo.
Mas nestes três dias ainda tivemos tempo de gozar as praias dos arredores e a piscina do parque de campismo.
O próximo destino foi San Sebastián e arredores. San Sebastián ou Donostia, como os Bascos dizem, é uma cidade encantadora e linda, muitos dizem que é uma das cidades mais bonitas de Espanha. O traçado urbano de San Sebastián estende-se de frente para a baía de La Concha. O Monte Igeldo marca o limite num dos seus extremos, uma miradouro insuperável para apreciar a vista sobre a cidade. Olhando sempre para o mar, chegamos ao antigo Cassino, actualmente o Ajuntamento da cidade. Nesta zona, entre o mar e o rio Urumea, encontra-se o centro histórico, e a caminho do Monte Urgull, o porto desportivo e o bairro de pescadores. O topo do Urgull é dominado pelo Castelo de La Mota e por uma representação do Sagrado Coração.
Na parte mais antiga de San Sebastián pode-se ver as igrejas de San Vicente e de Santa María del Coro, a primeira gótica e a segunda, renascentista-barroca. Um antigo convento de dominicanos é hoje em dia o Museu San Telmo, cujas colecções de arqueologia, etnografia e pintura merecem uma visita. Na parte mais nova da cidade a Alameda del Boulevard dá entrada à cidade romântica, que surgiu após a demolição das antigas muralhas. À beira do rio Urumea pode-se ver o Teatro Victoria Eugenia e o Hotel María Cristina, construídos em estilo neoplateresco. Dispersos por este traçado racionalista, também podem ser visitados lugares como a praça de Gipuzkoa, com os seus jardins, o edifico da Diputación Foral, o Centro Cultural Koldo Mitxelena e o edifício de Correios e Telégrafos. E também a Catedral de San Sebastián, o Bom Pastor, construída em estilo neogótico. Voltando à ribeira, há várias casas senhoriais do princípio do século XX, que conduzem à ponte mais monumental que atravessa o rio: a de María Cristina. Quatro postes de iluminação do escultor Mariano Benlliure iluminam o caminho até a estação ferroviária.
Nos arredores de San Sabastián, visitámos a Vila de Saint Jean de Luz, já em França. Uma Vila piscatória, pitoresca e muito bonita. Localizado ao sul da região da Aquitânia, na fronteira de Espanha, Saint-Jean-de-Luz, é uma estância balnear que goza de uma localização geográfica ideal, entre o mar e a montanha e é famosa pela sua história e património construído. Foi no coração da Igreja Saint-Jean-Baptiste que foi celebrado em 9 de Junho de 1660 o casamento de Luís XIV com a infanta Maria Teresa de Espanha. Classificado como Monumento Histórico, este edifício excepcionalmente decorado contém um retábulo monumental barroco esculpido em madeira dourada e três andares de galerias de carvalho... Sumptuoso. A Vila tem uma arquitectura muito bonita junto à praia e uma tradição em conservas, com lojas destas iguarias de nos perdermos.
Daqui demos um pulinho a Biarritz, mas não achamos muita piada. Quem conhece o Estoril não precisa de conhecer Biarritz, aliás o Estoril tem um casino mais bonito.
Biarritz, é uma cidade na costa basca do sudoeste de França, é um local de veraneio muito frequentado desde que passou a receber a realeza europeia no século XIX. A cidade é também um importante destino de surfe, com longas praias arenosas e escolas de surfe.
No ultimo dia por terras Bascas, como estávamos relativamente perto e porque temos uma paixão pelos caminhos de Santiago de Compostela decidimos ir visitar San Jean Pied de Port, a localidade onde começa os caminhos Franceses de Santiago. Esta cidade medieval cativa todos os que lá chegam com as suas ruas calcetadas, a ponte sobre o rio Nive e sua imponente cidadela. É a última cidade Francesa que os peregrinos encontram antes de atravessar os Pireneus e, portanto, o início de uma aventura de pouco mais de 800 km que os levará a Santiago de Compostela.
Daqui seguimos pelas cidades dos caminhos de Santiago. Passámos por Pamplona e acamámos em Burgos. Pamplona é a capital da província de Navarra, no norte de Espanha. É conhecida pela Largada de Touros (Festas de São Firmino) em Julho, dias antes de cá chegarmos. Durante este festival lendário de vários dias, os corredores arrojados levam os touros pelas ruas da cidade. Um dos edifícios mais bonitos e com grande fama em Pamplona é o edifício do Ajuntamento, que por cá é a mesma coisa que a Câmara Municipal.
A cidade de Burgos, que fica em Castilla y León, em pleno Caminho de Santiago, preserva importantes vestígios de seu esplendor medieval. Antiga capital do reino unificado de Castilla y León durante cinco séculos. Mas sem dúvida, a peça principal da arquitectura Burgalesa é a sua Catedral, que foi declarada Património da Humanidade pela UNESCO. Erigida sobre um templo românico, a actual construção foi realizada seguindo o modelo gótico franco-normando. As filigranas das agulhas das torres e do volume exterior da Capela do Condestable são algumas de suas obras-primas. A arquitectura da cidade tem belos exemplos na Casa de Miranda e na Casa de Angulo, cujos edifícios são a sede do Museu de Burgos, que conta com importantes colecções arqueológicas e de Belas Artes. Mas a casa mais destacada de Burgos é a Del Cordón, onde os Reis Católicos receberam Cristóvão Colombo após sua segunda viagem às terras americanas.

















E assim fizemos 3.000 quilómetros por terras Espanholas conhecendo Cidades e lugares incríveis. Uma viagem que nos deixou de alma cheia por todo o que vimos, sentimos e provámos. Quem diz que Espanha é um deserto, não a conhece.