Quando se chega a uma cidade se nos parecer ter cerca de 100
habitantes, há uma chance de que, mais cedo ou mais tarde, ande-se 100 quilómetros
sem ver ninguém.
A minha viagem e da Ana começou depois de almoço na a Agualva, com passagem pelo Seixal para apanhar o Fernando e da ai os três iniciamos, no coitado do Panda com três bikes no tejadilho e a tralha dos três, uma viagem de 800 quilómetros até Zaorejas, onde chegámos ás quatro da manhã.
No outro dia logo pela manhã preparámos tudo o que era necessário para 6 dias de viagem de bicicleta, num dos lugares mais remotos da península Ibérica, onde sabíamos que tinhas-mos poucos pontos de abastecimento e a maior parte do tempo estaríamos sem rede nos telemóveis.
Nesse dia ligámos Zaorejas ao refugio de montanha de Alconera num total de 76 quilómetros e cerca de 1.400 metros de acumulada.
Estamos na província de Cuenca e saímos em direcção ao meio da Serrania. Descobriremos a Laguna del Tobar e pedalamos por intermináveis florestas de pinheiros, de uma beleza rara e onde só se ouvia os marulhos da natureza, estávamos na mais profunda comunhão com a natureza, afinal o mundo no meio da natureza é tão diferente e gratificante.
No terceiro dia fomos de Zafrilla a Albarracin o dia mais longo com cerca de 83 quilómetros e 1500 metros de acumula. Neste dia tivemos a única pequena avaria de toda a viagem. Um dos elásticos dos alforges da Ana enrolasse na roda e ainda nos deu algum trabalho a tira-lo, mas nestes casos a necessidade aguça o engenho e lá resolvemos o problema.
O percurso foi brutal, apanhámos uma zona com umas formações rochosas absolutamente fantásticas. onde fizemos uma paragem perlongada para desfrutar do local.
Ao quarto dia alterámos o percurso previsto e curtamos cerca de 50 quilómetros ao que estava previsto para ficarmos mais tempo em Albarracin e disfrutarmos da aldeia e assim fomos directos à nascente do Tejo e dai para a Ermita de San Lourenzo par pernoitar no refugio de montanha ali existente, neste dia fizemos cerca de 67 quilómetros e 1100 metros de acumulada. Passados poucos quilómetros de Albarracin encontramos a cascata de Colomarde que é absolutamente fantástica.
Logo a seguir esperava-nos a subida pior do dia, que com esforço e perseverança lá a vencemos, porque com estas paisagens e espirito de superação não há subida que não se consiga fazer.
A chegada à nascente do Tejo, não foi só o ponto alto do dia, mas também um dos pontos altos de toda a viagem, um lugar carregado de simbolismo.
Ao quinto dia fomos do refugio de san Lorenzo ao refugio de Vado Salmeron numa distância de 64 quilómetros e cerca de 1000 metros de acumulada.
No ultimo dia tinhamos apenas 24 quilometros e cerca de 400 metros de acumulada para chegar a Zoarejas. Mas com as mesmas paisagens lindas verdejantes e com o rio ao lado a dar-lhe mais encanto.
Depois de 6 dias, cerca de 400 quilometros e 7.000 metros de acumulada, fiquei de alma. cheia pela viagem de bicicleta que fiz e até ao momento ser para mim a melhor. Pelas paisagens, pelo isolamento de se ver poucas pessoas, onde a rede de telemóvel era por poucos momentos e sobretudo porque sendo um amante da natureza foi dos locais onde me senti em completa comunhão com a natureza, é um local onde a intervenção humana é pouca, onde se pode comtemplar manadas de veados, corsos, cavalos, animais domésticos, como grandes rebanhos de ovelhas e manadas de vacas, muitas aves de rapina, assim com grifos. Uma fauna e flora ainda tão natural e primitiva que talvez só se encontre em locais muito remotos desta Europa, um local que para quem gosta da natureza tem que lá ir nem que seja só por uma vez, porque todas as fotos que se possa tirar não mostra o esplendor de todas estas montanhas.
Sem comentários:
Enviar um comentário