Navegável entre o rio Garonne, na altura de Toulouse, e Sète, no mar Mediterrâneo, numa extensão de 240 quilômetros, permite a comunicação entre o oceano Atlântico e o Mediterrâneo.
Foi projetado no século XVII por Pierre-Paul Riquet e seu filho , Nathan-paul riquet, como solução econômica, militar e política, para transportar mercadorias, evitando a navegação em águas abertas, evitando o estreito de Gibraltar e o contorno da Península Ibérica.
Inaugurado em 1681, ao longo de seu percurso encontram-se trezentas e cinquenta obras de arte, entre pontes, eclusas e aquedutos. Atravessa regiões como o Languedoque, Aude e Minerve, além de cidades de importância econômica e histórica como Béziers, Narbona, Toulouse, Le Somail, Homps, Trèbes, Carcassone e Castelnaudary.
Nos nossos dias, desde 1996, encontra-se classificado como Património da Humanidade pela UNESCO. Actualmente tem função exclusivamente turística.
Esta viagem teve a particularidade de viajaremos com os cães da Ana e do Ricardo, o que de resto foi uma experiência muito engraçada e inovadora para nós. Toda a viagem foi feita em autonomia e a dormirmos em parques de campismo, o que de resto e nesta altura do ano foi um problema, porque muitos estavam fechados e só abrem nos meses de verão.
No primeiro dia Depois de sairmos de Barcelona para a Cidade Francesa de Narbona, iniciámos o nosso percurso. Saímos da Cidade que de resto é muito bonita e fizemos alguns quilómetros até chegarmos ao canal passando por varias vilas e por locais muito bonitos com grandes extensões de vinha, que é aliás a grande parte do cultivo da zona. Esta etapa acabou em Capestang num total de 71 quilómetros. O clima começou com um dia soalheiro, mas com o passar das horas ficou nublado mas sem nunca chover.
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A caminho de França |
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Narbona |
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Narbona |
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Narbona |
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Narbona |
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A burra carregada e já com o meu companheiro |
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Inicio da viagem |
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Os primeiros quilometros |
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os primeiros quilometros |
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Os primeiros quilometros |
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Vila de Gasparets |
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Vila de Gasparets |
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Os cães nas suas cestas |
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Vila de Boutenac |
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Chatean |
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Eu e meu o companheiro |
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As primeiras imagens do canal |
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Os trilhos ao lado do canal |
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Vila de Paraza
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Paragem estratégica para abastecimento |
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O canal em Paraza |
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Uma das dezenas de pontes do canal |
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Os barcos casa, o forma mais popular de fazer turismo no canal |
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Vila de Le Somail |
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Arquitectura |
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Barcos tradicionais |
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Um dos aquedutos do canal, lindíssimo |
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aqueduto de Mirepeisset |
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Paisagem |
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Paisagem |
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Paisagem |
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Arquitectura tradicional |
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A chegada ao camping e o fim de um dia espectacular |
No segundo dia saímos de Capestang sem destino por causa do tempo. As previsões eram de muita chuva a partir da hora de almoço. E assim aconteceu, só conseguimos fazer cerca de 45 quilómetros até Portiragnes, mas ainda assim conseguimos passar por locais emblemáticos do canal, como as 9 eclusas de Fonseranes, um local fantástico de engenharia.
No sopé de Béziers, as eclusas de Fonseranes são, sem dúvida, a obra mais espectacular oferecida pela travessia do Canal de Midi. Originalmente composto por nove eclusas seguidas, o Eightfold (sucessão de 8 escadarias, um feito único na história do transporte fluvial) permite poupar uma queda de 21,5 metros num comprimento de 300 metros. Actualmente, apenas 7 estão em serviço e ainda pelo túnel de Malpas. O túnel Malpas foi escavado em 1679 sob a colina d'Ensérune em Hérault, permitindo a passagem do Canal du Midi. Foi o primeiro túnel de canal navegável da Europa e um monumento à determinação de Pierre-Paul Riquet, engenheiro-chefe. Está localizado na zonz de Nissan-lez-Ensérune.
Houve uma grande decepção quando as obras chegaram à colina d'Ensérune. Alguns metros de escavação em rocha dura revelaram um arenito muito frágil sujeito a derrocadas. Colbert, o primeiro-ministro, interrompeu as obras quando tomou conhecimento da situação. A obra foi bloqueada e os trabalhos mandados para casa. Os detratores de Riquet aproveitaram essa situação para impedir o projeto. Colbert anunciou que enviaria comissários reais para decidir o futuro do canal. O conselho do Chevalier de Clerville, arquitecto de Luís XIV, queria atravessar o rio Aude em vez de atravessar a colina. Riquet, no entanto, manteve a sua preferência por um túnel por causa dos problemas extras que a travessia do Aude criaria.
A resposta de Riquet foi pedir ao seu mestre pedreiro, Pascal de Nissan, que continuasse a escavar em segredo apesar do risco de colapso. Em menos de oito dias o túnel estava completo com um tecto de concreto por toda parte. O túnel tem 165m de comprimento, com um arco a 8m acima da superfície do canal e removeu a necessidade de uma trava extra.
Quando o túnel de Malpas foi escavado no século XVII, a colina já havia sido durante vários séculos o local de um túnel escavado na Idade Média para drenar o Étang de Montady. Diz-se que este túnel pré-existente foi a inspiração de Riquet para o Túnel de Malpas. No século XIX, um terceiro túnel foi escavado, passando pela colina d'Ensérune, sob o túnel Malpas, para abrigar os Béziers até a linha férrea de Narbonne.
Neste dia ficámos num bungalow porque quando chegámos ao parque de campismo já chovia a cântaros e nem sequer conseguimos montar as tendas. Passámos o resto da tarde a ver chover e a tirar partido do ambiente quentinho que se fazia sentir no bungalow.
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Igreja Gótica de Portiragnes |
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Túnel de Malpas
As paisagens sempre brutais
Eclusas de Fonseranes
Exposição de aves de rapina
O abrigo da tempestade que se aproximava
A tempestade
Descansar
O terceiro dia começou muito mal. Seguimos a rota oficial do canal para bicicletas e entrámos num caminho de terra completamente alagado e enlameado, ao fim de dois quilómetros já estávamos parados com as bicicletas num estado impossível de andar, dada a quantidade de lama acumulada nas mesmas. Como nestas aventuras a necessidade aguça o engenho, lá conseguimos arranjar um ponto de água com uma mangueira e lavar as bicicletas, com isto tudo perdemos cerca de duas horas para fazer apenas dois quilómetros, quando por cumulo e frustração descobrimos que se tivéssemos vindo por uma estrada de alcatrão, tínhamos ido parar ao mesmo local.
Neste dia o objectivo era chegar à cidade de Agde e ao lagoaThau, onde se inicia o canal Midi e depois voltar já junto à costa Mediterrânica tentando fazer o maior numero possível de quilómetros, porque no dia anterior tínhamos feito poucos por causa da chuva.
Um dos pontos altos do dia foi a passagem pela reserva natural de Bagnas, localizado no extremo oeste da Bacia de Thau, este mosaico excepcional de ambientes mediterrânicos inclui praias e dunas, prados secos e salgados, pântanos temporários, lagoas, caniçais, pequenas florestas de tamargueiras e terras cultivadas de vinhas e pastagens. Unindo mar e terra, a reserva de Bagnas é um local de alto valor biológico e oferece um estágio e ponto de nidificação para mais de 240 espécies de aves reprodutoras, cruzadas ou migratórias observáveis durante todo o ano.
Acabámos em Valras- Plage com cerca de 73 quilómetros feitos. Numa zona que nos fez lembrar a nossa Albufeira em ponto grande. Nesta noite também dormimos num parque de campismo e nas tendas, mas tivemos azar e pela hora de jantar a chuva decidiu aparecer para o resto da noite.
Até nas dificuldades esta mulher sorri
Este era o estado das bicicletas ao fim de dois quilómetros
Mangueira salvadora
Trilhos bem melhores que os iniciais
Mais uma eclusa engenhosa
Cidade de Agde
A caminho do lagoa Thau
Numero de circo
Reserva natural de Bagnas
Reserva natural de Bagnas
Reserva natural de Dagnas
Almoço ao lado da lagoa Thau
Este farol marca o inicio do canal Midi na lagoa de Thau
O edifcio no inicio do canal que servia como porta de entrada
Já de regresso Valras-Plage
Um pequeno engano na rota
Ponte sobre o ri Orb
Os aposentos do dia
No Ultimo dia fizemos cerca de 40 quilómetros a ligar Valras-Plage a Narbona num percurso sem dificuldade, pois nos 40 quilómetros acumulamos uns impressionantes 8 metros de subida.
O percurso foi feito maioritariamente junta à costa, com um dia soalheiro,mas com muito vento.
Tivemos oportunidade de passar pelo parque de vida natural de Narbonense.
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Criado em 2003, o Parque Natural Regional de Narbonense, no Mediterrâneo, estende-se por mais de 70.000 hectares ao longo do litoral de Aude.
A cidade de Narboa é a porta de entrada para o Parque Natural e a maior parte do seu território comunal está localizado dentro dela.
É um território diversificado, singular e frágil. É um dos poucos sítios naturais protegidos nas margens do Mediterrâneo, dotado de uma tal superfície e singularidade. De facto, distingue nada menos que sete zonas paisagísticas: o complexo lagunar, o litoral, o Maciço de la Clape, os Corbières de Fontfroide, o Piémont (transição entre os Corbières e as lagoas), os Corbières marítimos e o planalto. de Leucate.
Também abriga 2.000 espécies de plantas superiores (ou seja, 43% das espécies inventariadas na França), seis delas de interesse internacional e 300 espécies de aves (60% das espécies inventariadas na Europa).
A chegada a Narbona proporciono-nos paisagens lindíssimas junto ao canal de la Robine.
Reserva de vida natural de Narbonense
Já junto à costa
Por aqui vive-se bem
Canal de La Robine
Túnel junto ao canal
Vinhas
Chegada a Narbona
os sorrisos expressão o que nos ia na alma
A partida para Barcelona.
Como conclusão, tive a oportunidade de fazer mais uma viagem de bicicleta fantástica por zonas absolutamente incríveis, tanto panoramicamente como culturalmente. Foi um prazer e uma mais grande valia conhecer esta zona com tanta historia e fazendo-o de bicicleta tive a oportunidade de interagir e sentir todas as envolvênçias por onde passei.
Com certeza que voltarei um dia para fazer o Canal du Midi de canoa, penso que será uma aventura incrível.
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