domingo, 3 de junho de 2018

De Bicicleta da Agualva a Fragoselas


Umas das minhas resoluções de vida, era ligar de bicicleta e em autonomia a minha casa onde moro na a Agualva à Aldeia das minhas origens, Fragoselas e no ano da graça de 2018 na companhia de alguns amigos e familiares consegui concretizar esse sonho.

O percurso iniciou-se na Agualva e passados 450 quilómetros acabou na Aldeia de Fragoselas no Concelho de S, Pedro do Sul Distrito de Viseu. Aproveiteitámos os caminhos de Santiago e de Fátima para chegar a Águeda e depois virar à direita para apanhar a linha do Vouga até S. Pedro do sul e dai para a Aldeia de Fragoselas.

Uma viagem feita na companhia da Ana, do Ricardo, do Fernando, do Fábio e João, pessoas excepcionais  e sem as quais tudo seria mais difícil de concretizar. 

No primeiro dia fomos dormir a Santarém e o percurso correu com normalidade e sem grandes sobressaltos, apenas mais cansativo devido aos 120 quilómetros que percorremos. A viagem começou à porta da minha casa e com a companhia pontual do Sérgio e Carlos que nos quiseram acompanhar até ao parque das nações. O Fernando entretanto juntou-se a nós no Cais do Sodré.

A partida

Na estrada Cacem-Caxias
Na estrada Cacem-Caxias

Travessia da Marginal e linha do comboi
Travessia da linha do comboio em Caxias

Forte de Caxias
No passeio marítimo 
Cais do Sodré, onde se juntou a nós o Fernando
Corrida da Mulher
MAAT
Padrão dos Descobrimentos
Cais do Jardim do tabaco 
A caminho do Parque das Nações 
A banheira Funchal
Parque das Nações 
Sacavém 
Inicio dos caminhos de Fátima em Sacavém
Perto de Santa Iria da Azóia 
Passadiços da Póvoa de Santa Iria
Museu do ar na Póvoa  
Estação da Póvoa 
Pausa para o almoço 
Igreja de Alhandra 
Rio Tejo 
Ecopista de Vila Franca de Xira 
Ponte de Vila Franca de Xira
Estação 

Campos agrícolas na varzia de Santarém 
Central do Carregado
Estacão da Azambuja
Terra cultivada 
A caminho da Valada 
Mais uma pausa 
Valada 
Valada 
Primavera 
As marcas das cheias no Vale de Santarém 
Hostl Santarém 
O descanso das maquinas 
No segundo dia ligámos Santarém a Fátima numa etapa difícil por causa das subidas da Serra de Aires e Candeeiros. A primeira de Olhos de Agua a Santo António e a outra de Minde a Ourem.
Uma etapa marcada pelas primeiras avarias desta aventura, logo perto de Santarém o Fernando parte dois raios da roda da frente, o que valeu foi este pessoal estar preparado para tudo e ter raios para substituir. Se não um simples raio tinha-nos estragado toda uma viagem de seis dias.
A outra marca deste dia foi o Fernando ter tido uma quebra física que fez com que as subidas para ele, fossem autenticas paredes verticais. Mas os dias a viajar de bicicleta são feitos assim e no final tudo está bem quando acaba bem e o que fica são sempre as melhores memorias, a camaradagem e a cumplicidade que se queria no grupo.

Saída de Santarém  
Santarém 
A substituição dos raios com todas as ferramentas necessárias 
Campos verdes 
Primavera 
Campos verdes 
Uma figura carismática dos caminhos de Fátima 
caminhos de Fátima 
Moinhos de Chã de Cima 
Alibut a pomada milagrosa para os mamilos 
Uma pausa nos moinhos 
Nos caminhos de Fátima 
Igreja de Monsanto 
Elas andam ai 
Pia da Bajouca 
A vista de Santo António 
Minde 
Igreja de Minde 
Almoço volante em Minde
A pensar "este é o ultimo cigarro, na próxima subida vou morrer"
A difícil subida de Minde 
Caminhos de Fátima 
Albergue de Fátima 
Santuário 
 No terceiro dia esperava-nos cerca de 67 quilómetros de Fátima ao Rabaçal e tudo correu bem até eu descobrir que tinha um pequeno rasgo no pneu e a seguir a hora de almoço o Fernando entalar a corrente entre a cassete e os raios da roda de traz. Só esta avaria fez-nos perder cerca de duas horas e como a corrente ficou ofendida do esforço partiu mais duas vezes até ao fim do dia. Tudo isto fez-nos perder muito tempo e o dia ter acabado já tarde. Os últimos quilómetros de Ansião ao Rabaçal já teve  que ser por alcatrão. Mas mais uma vez o dia acabou em beleza com um jantar confeccionado no albergue pelo Fernando e em franca harmonia, conviveu e boa disposição que alias foi um dos pontos comuns em toda a viagem. Neste dia o nota mais negativa foi encontrarmos o Rio Nabão completamente seco. Quando há dois anos fiz o caminho de Santiago desde Lisboa, este tinha sido um dos percursos mais bonitos e com o rio assim seco a paisagem não tem a mesma beleza e foi uma desilusão. 

A partida de Fátima 
  
Os primeiros quilómetros 
Gondemaria 
Primavera 
Mós 
Perto de Caxarias 
Campos verdes 
Igreja antiga do Fárrio 
primeira avaria do dia. Um pequeno rasgo no pneu 
Segunda avaria do dia. Corrente entalada na roda.
Percurso ao lado do rio Nabão completamente seco 
Ao lado do Rio Nabão
Espécie autóctone    
As compras para o jantar no Intermarche de Ansião 
Ansião 
Mais uma avaria com a Mestra a dar bitaites 
Enquanto uns reparavam correntes partidas outros exploravam os arredores 
Os últimos quilómetros 
No fim de um dia a pedalar, nada como esfregar aloe vera para tonificar a pele  

Aloe vera transportada carinhosamente desde Minde 
Albergue do Rabaçal

Vista do Albergue 
Rabaçal 
 Ao quarto dia tínhamos a segunda etapa mais longa desta aventura, com 80 quilómetros do Rabaçal a Águeda. Este dia foi marcado por vários episódios, mas os mais marcantes foram as múltiplas avarias durante o dia até chegarmos a Mealhada e encontrar uma loja de bicicletas para comprar material para substituir o avariado. O meu pneu depois de vários furos acabou por ceder e rebentar a seguir a Coimbra, obrigando-me a repara-lo com uma agulha e linhas de costura. A corrente do Fernando partiu varias vezes até ser substituída por uma nova na Mealhada e com isto todo pensámos a meio da etapa e com tanta avaria que não conseguíamos chegar a Águeda, mas por incrível que pareça e com tanta perda de tempo, conseguimos e até mais cedo que nos dias anteriores.
O outro episódio marcante do dia foi termos encontrado 3 Italianos com os seus 60 anos e com bicicletas vintage, que estavam a fazer os caminhos de Santiago. Já os tínhamos conhecido em Santarém e tínhamos vindo a encontra-los todos os dias nos albergues, mas como ainda não nos tínhamos encontrado durante o dia, fizemos um pequeno percurso a seguir a Coimbra com eles em amena cavaqueira e em modo corrida até eu furar. Alguns acharam que tínhamos ganho a corrida, mas na minha opinião acho que não porque os sacanas dos velhos tinham muita pedalada.
Para finalizar o dia e como o Ricardo fazia anos fomos jantar a um restaurante para comemorar. Jantar esse que vai perdurar na nossa memoria para todo o sempre, pela parodia e episódios de boa disposição, principalmente do Fernando que estava inspirado e consegui por um restaurante inteiro a chorar a rir. Saímos do restaurante com a barriga a doer não de termos comido muito, mas de tanto rir.

Primeiro furo do dia a poucos quilómetros do albergue 

Em quanto uns reparam o furo outros divertem-se 
 
Fonte Coberta 
 
Vale do Poço antes de Conimbriga 
Subida para Conimbriga 
E em Conimbriga mais um furo 
A caminho de Coimbra 
Mais um furo. Já lhe tinha perdido a conta 
Aproveita-se para abastecer 
Coimbra à vista 
Mosteiro de Santa Clara 
Coimbra 
Largo da Portagem 
A sair de Coimbra 
Os 3 Italianos 
Desta vez foi o pneu que rebenta 
Fica neste estado 
Nada que não se resolva com uma agulha e linha de costura  
Mas sempre com boa disposição 
A caminho da Mealhada 
Igreja de Mala 
Mealhada 
Mais um almoço volante nas ruas da Mealhada 
Almoço volante 
Creme protector quanto baste e assim foi à loja das bikes  
Loja das bikes 
A caminho de Alpalhão 
A caminho de Águeda  
Águeda 
Albergue de Águeda 
No Albergue 
Ao quinto dia, a ligação de Águeda a São Pedro do Sul foi brutal. Em Sernada do Vouga apanhamos a linha do Vouga, agora grande parte dela transformada numa ciclovia com paisagens de cortar a respiração. Foi sem duvida o trecho desta aventura mais bonito e espectacular, aliás para mim foi um dos percursos mais bonitos que alguma vez fiz, as pontes, os túneis e toda a paisagem envolvente são de uma beleza grandiosa. 
A Linha do Vouga, originalmente conhecida como Linha do Vale do Vouga, e alcunhada de Linha do Vale das Voltas devido ao seu sinuoso traçado, é um troço ferroviário que liga a Linha do Norte, em Espinho, à Linha do Dão, em Viseu, numa extensão de 140 quilómetros. A Linha do Vouga foi inaugurada totalmente em 5 de Fevereiro de 1914. Actualmente só existe movimento ferroviário entre Espinho e Sernada do Vouga, uma vez que em 1 de Janeiro de 1990 foi encerrado o troço entre Sernada do Vouga e Viseu.
Pena este dia estar chuvoso e não nos permitir tirar mais partido do percurso, mas mesmo assim e depois de uma valente molha, chegamos a São Pedro do Sul de alma cheia e todos cagados. 

A partida de Águeda e a despedida aos 3 Italianos
Em Águeda usa-se os capacetes assim 
Lamas do Vouga 
Ponte de Sernada que serve para a circulação de carros e comboios  
Estação de Sernada do Vouga 
Ponte de ferro sobre o Rio Caima 
O inicio de um percurso brutal 

Inicio da ciclovia 
Primeiro túnel 
Ciclovia 
Ponte de Santiago 
Túneis 
Ciclovia 

  
Canastro 
Vistas 


Cedrim 
Pausa 
Ponte de Nespereira 
Pinheiro de Lafões 
Ponte de Pinheiro de Lafões 
Ponte de Pinheiro de Lafões 
Ponte sobre o Rio Zela 
Ponte de Vouzela 
ponte de Vouzela 
Vouzela 
Foi assim que as maquinas chegaram a S. Pedro 
Foi assim que o pessoal chegou a S. Pedro 
Termas de São Pedro do Sul 
No sexto dia tínhamos a ligação de São Pedro do Sul a Fragoselas com cerca de 38 quilómetros, mas com muita acumulada, visto que tínhamos que subir para a serra com inclinações que às vezes chegaram aos 34% . Estávamos todos muito expectantes, mas o dia acabou por correr bem e as paisagens assim como a boa disposição fez com que as dificuldades fossem superadas sem quase darmos por ela.

A despedida da Pousada da juventude em S. Pedro 
Primeiros quilómetros 
Ciclovia entre as Termas e S. Pedro 
Ponte de Lameira 
Ponte de Lameira 
Pouves 
Ponte sobre o Rio Sul 
Rio Sul 
A caminho de São Félix 
A caminho de São Félix 
Sul 
Gafanhão 
Mata autóctone 
Alguém que conhecemos no momento 
As subidas 
As subidas 
A quem tenha adormecido a meio 
As descidas 
A Primavera na serra 
Campo Grande 
Deilão
A chegada a Fragoselas 
As vistas em Fragoselas 
  Assim acabou mais uma aventura espectacular na companhia de bons amigos e com recordações para a vida. A cumplicidade e a amizade foram os sentimentos mais profundos com que sai desta aventura, os momentos intensos são aqueles que nos ligaram para o resto da vida.  A palavra maracujá é um exemplo disso, para o comum dos mortais identifica um furto, para nós identifica amizade cumplicidade e muito boas recordações. O facto de conseguir superar mais esta aventura de seis dias a andar de bicicleta em autonomia e ter feito 450 quilómetros para ligar dois locais emblemáticos para mim deixa-me muito satisfeito e a sentir-me no topo do mundo.
O regresso foi feito graças aos grandes amigos Filipe e Carlos que também costumam acompanhar-nos nestas aventuras, mas como desta vez não o poderão fazer, a sua participação foi ter ido buscar-nos e participar no jantar de comemoração.



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