Depois de ter ligado de bicicleta a minha casa à aldeia das minhas origens (Fragoselas), desta vez sugeri aos meus amigos ligarmos a terra das origens da Manuela ( a minha mais que tudo), à minha casa. Assim decidimos vir de bicicleta do Redondo à Agualva, aproveitando uma rota fora de estrada já traçada por outros ciclistas que ligaram Badajoz a Lisboa, designado-a ecovia 1. Este traçado tem a particularidade de ser feito quase todo em caminhos e estradas secundárias sem praticamente circulação automóvel e com paisagens de cortar a respiração.
Como é tradição a família juntar-se para passar a Páscoa no Redondo aproveitámos e juntámos os amigos de aventura no domingo de Páscoa à noite no Redondo para começar, logo pela manhã de segunda-feira.
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Jantar |
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A dormida como se pode |
Desta vez juntámos-nos nove, uma novidade nestas aventuras, pois nunca nos tínhamos juntado tantos, as expectativas eram altas por causa de toda a logística durante a viagem.
Os aventureiros foram:
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A minha pessoa |
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Vítor |
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Ricardo |
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Fábio (Bolacha) |
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Fernando (Nêsperas) |
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Lopes |
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Carlos |
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Perdigão |
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Costa (o estreante) |
Mais uma vez a viagem foi programada para se fazer em autonomia, a dormir em tendas e as fazer refeições, o que implica carga extra, como tendas, panelas, fogões, sacos camas, esteiras e tudo o que é necessário para sobreviver durante quatro dias no meio do mato.
Na primeiro dia ligámos o Redondo a Avis numa distância de 92 quilómetros. O percurso do Redondo a Estremoz teve que ser desenhado por mim, porque o ponto mais perto do Redondo que a ecovia passa é em Estremoz. Neste percurso tivemos que atravessar a serra d'Ossa e por isso acabámos o dia com uma acumulada de 910 metros, mas que valeu muita a pena porque foi dos percursos mais bonitos dos 325 quilómetros.
Do Redondo a Estremoz foi o troço com mais subida, mas de uma beleza estonteante, principalmente o vale da serra d'Ossa com um montado brutal. A seguir ao almoço e deixando para trás Estremoz, seguimos pequenas estradas entre montes Alentejanos e bons caminhos de terra. A paisagem envolvente tem imensos olivais e sobreiros mostram a sua nudez avermelhada misturada com um cheiro intenso da esteva.
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Tudo preparado para a partida |
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À saída do Redondo |
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A caminho da Aldeia da Serra |
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A caminho do Convento de São Paulo |
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Aldeia da serra |
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A subir para o alto de São Genes o ponto mais alto da serra |
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Uma pausa no alto da serra para reagrupar |
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A primeira e única avaria de toda a viagem |
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A descida para o vale da serra |
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Montado paisagem brutal |
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Entrada em Estremoz |
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Estremoz |
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Almoço em Estremoz |
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Alguém já estava a precisar de halibut |
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A caminho de Sousel |
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Monte Alentejano |
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Vinhas |
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A caminho de Cano |
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A caminho de Cano |
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Paragem técnica no Cano |
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A caminho de Avis |
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A caminho de Avis |
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Terra lavrada |
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Os campos agrícolas a perder de vista |
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Simplesmente lindo |
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Chegada a Avis |
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A preparar o quarto de hotel |
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Dada a ventania a coisa não estava fácil |
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Para garantir que não voa |
Ao segundo dia ligamos Avis a Coruche numa distancia de 87 quilómetros, onde eu por engano pensava que era cerca de 60 quilómetros.Com isto enganei os meus amigos e psicologicamente os últimos quilómetros foram de mais sofrimento por pensarem que a etapa era mais pequena.
O dia começou muito chuvoso e ventoso, para a meio do dia abrir e permitir termos feito um almoço volante perto de Mora com um sol fantástico, para logo a seguir voltar a ficar coberto e presentear-nos com uma bela saraivada.
A viagem começou por uma ciclovia que sai do parque de campismo de Avis, para depois entrarmos em estradas municipais sem transito e caminhos agrícolas. Nesta etapa saímos dos montados Alentejanos e entramos nas lezírias, acompanhando o rio Sorraia durante grande parte do percurso,sendo uma das partes mais bonitas, a passagem pelo Fluviario de Mora e uma pequena serra antes do Couço. Ainda nos enganámos num pequeno troço e tivemos que fazer alguns metros a empurrar as bicicletas.
Como o dia estava mau e sem condições para acampar decidimos alugar alojamento e acabámos por ficar no Monte Macário perto de Coruche, onde fomos recebidos de uma forma espectacular pelos proprietariado e com umas condições fantásticas que recomendo a quem queira pernoitar por estas zonas. A eles o meu muito obrigado e um bem haja.
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o despertar |
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Café da manhã |
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Pequeno almoço |
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Saída de Avis |
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Uma paragem para proteger-nos da chuva intensas |
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Estrada Municipal com a barragem à vista |
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Paragem técnica já em estradas agrícolas. |
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Almoço volante |
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Almoço volante |
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Uma pequena represa |
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Uma levada |
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Passagem pela represa |
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Depois de um engano, tivemos que fazer um pequeno percurso a pé
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Na serra antes do Couço |
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Depois de uma bela chuvada |
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Campos de cultivo |
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Ponte |
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A chegada ao Monte Macário com os seus prestáveis e simpáticos proprietariado |
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O jantar |
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Os aposentos de luxo |
No terceiro dia saímos do Monte Macário depois de uma boa noite de descanso e de um bom pequeno-almoço. Partimos, porque o dia era consideravelmente mais curto que os dias anteriores com cerca de 53 quilómetros, mas sem saber o que nos esperava. Saímos da cidade paralelamente ao rio para depois juntamos-nos à linha do comboio. O percurso dura pouco, mudando de direcção para noventa graus, por uma estrada agrícola menos marcadas e com muita lama e foi aqui que tudo piorou, a lama era tanta que nem a empurrar a bicicleta conseguíamos avançar. Mas depois de hora e meia para fazer cerca de 700 metros encontrámos uma quinta onde o capataz amavelmente deixou-nos lavar as bicicletas e nos disse que nesta altura do ano ninguém passa por ali.
Depois desta epopeia, continuámos viagem e agora são, os pinhais que ocupam o centro do palco e, claro, as sempre presentes cercas que definem as herdades.Também os sobreiros estão muito presentes. A rota está muito bem desenhada e bem feita para evitar o tráfego. Aliás foi das coisas que mais me surpreendeu, em todo o percurso.
Passamos por aldeias onde, quase não vemos pessoas. A dada altura fizemos um trecho mais longo em estrada nacional para evitar um percurso junto rio Lavre, que desconfiámos que teria também muita lama, para depois desviar-nos novamente pelos trilhos. Nesta altura andámos entre os distritos de Santarém e Setúbal, atravessamos a Vila de Canha. As suas ruas marcam o início de um assentamento mais denso que ganha terreno à floresta e montado. Continuámos a circular em caminhos de terra, mas agora com casas espalhadas que indicam a presença de população.
Pegões recebe-nos com suas ruas cheias de transito. A proximidade das grandes cidades é perceptível, e um tráfego permanente de camiões distorce a solidão que desfrutamos nos dias anteriores. O cruzamento entre o N10 e o N4 marca o final deste dia.
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A saída do Monte Macário |
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Coruche |
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Coruche junto ao rio |
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O inicio da epopeia |
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A pesar da dificuldade, não faltava a boa disposição |
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Foi este o estado em que ficaram as meninas |
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E este foi o estado de alguns sapatinhos |
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A sorte foi esta mangueirinha |
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E depois das maquinas lavadas vamos lá embora com outro animou |
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Graffit |
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Está bem guardada |
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Mais uma paragem técnica |
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A caminho de Pegões |
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O serão foi passado a jogar monopolio |
No ultimo dia ligámos Pegões à Agualva, atravessando o rio Tejo do Montijo para Lisboa de barco. O percurso teve cerca de 94 quilómetros contando com a travessia de barco.
Neste dia cruzamos-nos com uma romaria a cavalo, que nos troce logo a primeira dificuldade. É que depois de passarem cerca de 500 cavalos pelos estradões de terra as bicicletas enterravam-se e a progressão foi muito difícil, mas em compensação assistimos a um espectáculo digno de se ver.
A segunda dificuldade do dia foi uma recta com cerca de 9 quilómetros e com o vento de frente. Para acabar as dificuldades, tivemos que subir do Cais do Sodré para a Agualva já cansados.
Este percurso a paisagem já é mais urbana e sem grandes motivos de interesse, tirando um ou outro pormenor, como as vinhas de Fernando-Pó e a travessia do delta do Tejo.
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Saída de Pegões |
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Igreja de Pegões |
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Vinhas de Fernando-Pó |
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Romaria |
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Romaria |
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Romaria |
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Em amena cavaqueira com a GNR |
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A recta imensa |
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sempre boa disposição |
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Cais do Seixalinho |
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Entrada para o barco |
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Inicio da subida para a Agualva |
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Já perto de casa |
No final só tenho a agradecer a estes companheiros de aventura por me acompanharem e proporcionarem-me mais uma aventura de momentos intensos e bem dispostos. A sensação de ter superado mais uma aventura saindo do espaço de conforto é das melhores sensações que se pode ter. São estes momentos que já ninguém me tira e que vão comigo, ficam os que ainda não vivi, mas que tudo farei para viver e tornar-me com isso um homem melhor e mais aberto para as novas experiências.
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