quinta-feira, 2 de maio de 2019

Ecovia 1 Redondo - Agualva



Depois de ter ligado de bicicleta a minha casa à aldeia das minhas origens (Fragoselas), desta vez sugeri aos meus amigos ligarmos a terra das origens da Manuela ( a minha mais que tudo), à minha casa. Assim decidimos vir de bicicleta do Redondo à Agualva, aproveitando uma rota fora de estrada já traçada por outros ciclistas que ligaram Badajoz a Lisboa, designado-a ecovia 1. Este traçado tem a particularidade de ser feito quase todo em caminhos e estradas secundárias sem praticamente circulação automóvel e com paisagens de cortar a respiração. 

Como é tradição a família juntar-se para passar a Páscoa no Redondo aproveitámos e juntámos os amigos de aventura no domingo de Páscoa à noite no Redondo para começar, logo pela manhã  de segunda-feira.

Jantar 
A dormida como se pode 
Desta vez juntámos-nos nove, uma novidade nestas aventuras, pois nunca nos tínhamos juntado tantos, as expectativas eram altas por causa de toda a logística durante a viagem. 

Os aventureiros foram:


A minha pessoa 
Vítor
Ricardo
Fábio (Bolacha)
Fernando (Nêsperas)
Lopes 
Carlos 
Perdigão 
Costa (o estreante) 
Mais uma vez a viagem foi programada para se fazer em autonomia, a dormir em tendas e as fazer refeições, o que implica carga extra, como tendas, panelas, fogões, sacos camas, esteiras e tudo o que é necessário para sobreviver durante quatro dias no meio do mato.

Na primeiro dia ligámos o Redondo a Avis numa distância de 92 quilómetros. O percurso do Redondo a Estremoz teve que ser desenhado por mim, porque o ponto mais perto do Redondo que a ecovia passa é em Estremoz. Neste percurso tivemos que atravessar a serra d'Ossa e por isso acabámos o dia com uma acumulada de 910 metros, mas que valeu muita a pena porque foi dos percursos mais bonitos dos 325 quilómetros.

Do Redondo a Estremoz foi o troço com mais subida, mas de uma beleza estonteante, principalmente o vale da serra d'Ossa com um montado brutal. A seguir ao almoço e deixando para trás Estremoz, seguimos pequenas estradas entre montes Alentejanos e bons caminhos de terra. A paisagem envolvente tem imensos olivais e sobreiros mostram a sua nudez avermelhada misturada com um cheiro intenso da esteva.

Tudo preparado para a partida

À saída do Redondo
A caminho da Aldeia da Serra

A caminho do Convento de São Paulo
Aldeia da serra
A subir para o alto de São Genes o ponto mais alto da serra
Uma pausa no alto da serra para reagrupar 
A primeira e única avaria de toda a viagem
A descida para o vale da serra 

Montado paisagem brutal 


Entrada em Estremoz 
Estremoz 
Almoço em Estremoz 
Alguém já estava a precisar de halibut 
A caminho de Sousel
Monte Alentejano 
Vinhas 
A caminho de Cano
A caminho de Cano 
Paragem técnica no Cano
A caminho de Avis
A caminho de Avis
Terra lavrada 
Os campos agrícolas a perder de vista 
Simplesmente lindo 
Chegada a Avis
A preparar o quarto de hotel 
Dada a ventania a coisa não estava fácil  
Para garantir que não voa  
Ao segundo dia ligamos Avis a Coruche numa distancia de 87 quilómetros, onde eu por engano pensava que era cerca de 60 quilómetros.Com isto enganei os meus amigos e psicologicamente os últimos quilómetros foram de mais sofrimento por pensarem que a etapa era mais pequena.

O dia começou muito chuvoso e ventoso, para a meio do dia abrir e permitir termos feito um almoço volante perto de Mora com um sol fantástico,  para logo a seguir voltar a ficar coberto e presentear-nos com uma bela saraivada. 

A viagem começou por uma ciclovia que sai do parque de campismo de Avis, para depois entrarmos em estradas municipais sem transito e caminhos agrícolas. Nesta etapa saímos dos montados Alentejanos e entramos nas lezírias, acompanhando o rio Sorraia durante grande parte do percurso,sendo uma das partes mais bonitas, a passagem pelo Fluviario de Mora e uma pequena serra antes do Couço. Ainda nos enganámos num pequeno troço e tivemos que fazer alguns metros a empurrar as bicicletas. 

Como o dia estava mau e sem condições para acampar decidimos alugar alojamento e acabámos por ficar no Monte Macário perto de Coruche, onde fomos recebidos de uma forma espectacular pelos proprietariado e com umas condições fantásticas que recomendo a quem queira pernoitar por estas zonas. A eles o meu muito obrigado e um bem haja. 

o despertar 
Café da manhã 
Pequeno almoço 
Saída de Avis 
Uma paragem para proteger-nos da chuva intensas 

Estrada Municipal com a barragem à vista 
Paragem técnica já em estradas agrícolas.
Almoço volante 
Almoço volante 
Uma pequena represa 
Uma levada 
Passagem pela represa 
Depois de um engano, tivemos que fazer um pequeno percurso a pé
Na serra antes do Couço 
Depois de uma bela chuvada 
Campos de cultivo 
Ponte 
A chegada ao Monte Macário com os seus prestáveis e simpáticos proprietariado  
O jantar 
Os aposentos de luxo 

No terceiro dia saímos do Monte Macário depois de uma boa noite de descanso e de um bom pequeno-almoço. Partimos, porque o dia era consideravelmente mais curto que os dias anteriores com cerca de 53 quilómetros, mas sem saber o que nos esperava. Saímos da cidade paralelamente ao rio para depois juntamos-nos à linha do comboio. O percurso dura pouco, mudando de direcção para noventa graus, por uma estrada agrícola menos marcadas e com muita lama e foi aqui que tudo piorou, a lama era tanta que nem a empurrar a bicicleta conseguíamos avançar. Mas depois de hora e meia para fazer cerca de 700 metros encontrámos uma quinta onde o capataz amavelmente deixou-nos lavar as bicicletas e nos disse que nesta altura do ano ninguém passa por ali. 

Depois desta epopeia, continuámos viagem e agora são, os pinhais que ocupam o centro do palco e, claro, as sempre presentes cercas que definem as herdades.Também os sobreiros estão muito presentesA rota está muito bem desenhada e bem feita para evitar o tráfego. Aliás foi das coisas que mais me surpreendeu, em todo o percurso. 

Passamos por aldeias onde, quase não vemos pessoas. A dada altura fizemos um trecho mais longo em  estrada nacional para evitar um percurso junto rio Lavre, que desconfiámos que teria também muita lama, para depois desviar-nos novamente pelos trilhos. Nesta altura andámos entre os distritos de Santarém e Setúbal, atravessamos a Vila de Canha. As suas ruas marcam o início de um assentamento mais denso que ganha terreno à floresta e montado. Continuámos  a circular em caminhos de terra, mas agora com casas espalhadas que indicam a presença de população.
Pegões recebe-nos com suas ruas cheias de transito. A proximidade das grandes cidades é perceptível, e um tráfego permanente de camiões distorce a solidão que desfrutamos nos dias anteriores. O cruzamento entre o N10 e o N4 marca o final deste dia.
A saída do Monte Macário 
Coruche
Coruche junto ao rio 


O inicio da epopeia 
A pesar da dificuldade, não faltava a boa disposição 
Foi este o estado em que ficaram as meninas 
E este foi o estado de alguns sapatinhos 
A sorte foi esta mangueirinha 
E depois das maquinas lavadas vamos lá embora com outro animou 
Graffit 
Está bem guardada
Mais uma paragem técnica 
A caminho de Pegões 
O serão  foi passado a jogar monopolio 
No ultimo dia ligámos Pegões à Agualva, atravessando  o rio Tejo do Montijo para Lisboa de barco. O percurso teve cerca de 94 quilómetros contando com a travessia de barco. 
Neste dia cruzamos-nos com uma romaria a cavalo, que nos troce logo a primeira dificuldade. É que depois de passarem cerca de 500 cavalos pelos estradões de terra as bicicletas enterravam-se e a progressão foi muito difícil, mas em compensação assistimos a um espectáculo digno de se ver. 
A segunda dificuldade do dia foi uma recta com cerca de 9 quilómetros e com o vento de frente. Para acabar as dificuldades, tivemos que subir do Cais do Sodré para a Agualva já cansados. 
Este percurso a paisagem já é mais urbana e sem grandes motivos de interesse, tirando um ou outro pormenor, como as vinhas de Fernando-Pó e a travessia do delta do Tejo. 
Saída de Pegões 
Igreja de Pegões 
Vinhas de Fernando-Pó 
Romaria 
Romaria
Romaria
Em amena cavaqueira com a GNR
A recta imensa 
sempre boa disposição 
Cais do Seixalinho 
Entrada para o barco
Inicio da subida para a Agualva 
Já perto de casa 
No final só tenho a agradecer a estes companheiros de aventura por me acompanharem e proporcionarem-me mais uma aventura de momentos intensos e bem dispostos. A sensação de ter superado mais uma aventura saindo do espaço de conforto é das melhores sensações que se pode ter. São estes momentos que já ninguém me tira e que vão comigo, ficam os que ainda não vivi, mas que tudo farei para viver e tornar-me com isso um homem melhor e mais aberto para as novas experiências. 

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