A Estrada N2 é a mais longa estrada de Portugal e uma das mais extensas do mundo. Ao longo de 738 km percorre Portugal de lés-a -lés entre Chaves, no Norte, e Faro, no Sul, e é considerada uma das mais míticas rotas de sempre. Percorre-la de mota é a garantia de dias em beleza, passando por alguns dos mais fabulosos recantos do país.
Porque é portuguesa com certeza, não representa apenas um percurso carregado de séculos de existência e tradição, é também um roteiro panorâmico pelo país que tanto nos oferece.
Desfrutar de cada quilómetro numa viagem de mota por esta estrada é o que muito recomendo, com a promessa de uma viagem fabulosa pelo desfile de diversidade de paisagens de norte a sul.
Como não tinha muitos dias e queria desfrutar em toda a plenitude cada quilometro e recanto, optei por inicia-la em Montemor-o-Novo,com o destino de Chaves. Para um dia mais tarde fazer a outra parte sul até Faro.
Por coincidência o meu amigo Nuno comprou uma Honda nova e precisava de fazer a rodagem, como da minha parte a vontade de fazer a N2 já resistia à muito tempo, alinhamos os astros e juntámos-nos para este fabulosa aventura.
A primeira etapa foi entre Montemor-o-Novo e Abrantes, mais precisamente Mação, onde o Nuno tem uma casa e foi lá que pernoitámos.
Em Montemor-o-Novo estamos no coração do Alentejo. Por aqui, a paisagem Alentejana muda gradualmente de pequenos aglomerados de florestas e olivais, para extensos campos de cereais que se perdem nas colinas.
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o inicio em Montemor-o-Novo |
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O inicio em Montemor-o-Novo |
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Montemor-o-Novo |
Junto à N2, ficam as árvores junto às bermas que formam um túnel natural, por onde se espreitam os horizontes. Acompanham-nos por quilómetros, até nos levar à barragem de Montargil. A barragem de Montargil resultante das águas que fluem do rio Sôr. Construída com o principal objectivo de irrigar os campos, é um local onde se reúnem visitantes para as mais diversas práticas. Pesca, remo, praticantes de vela e banhistas em busca das praias fluviais são alguns exemplos. Nós e com o bom tempo que se fazia sentir, optámos por um belo mergulho, mesmo em cuecas, porque não havia fato de banho.
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Chegada à barragem de Montargil |
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Chegada À barragem de Montargil |
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Preparado para a banhoca |
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Reparem no pormenor...chinelo de hotel. |
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Do melhor |
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Não serve só para andar ... também serve de cabide |
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E se não sabem para que serve o bacalhau da honda, têm aqui o exemplo ... estendal |
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Já mais fresquinhos |
Daqui seguimos até Abrantes por rectas e tímidas curvas, mas o panorama é soberbo e emocionante. As pequenas aldeias caiadas de branco dão vida à região pelas cores variadas com que alternam os contornos das portas e janelas, passando ainda pelo magnifico aeródromo de Ponte de Sôr.
Atravessam-se olivais, florestas de sobreiros e carvalhos. Observam-se as vacas, os porcos, as ovelhas e tantos outros animais que pastam pelos campos, que alternam com as cores da Primavera. Ainda antes de nos recolhermos, fomos dar uma espreitadela à barragem de Belver.
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Abrantes |
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Abrantes |
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Marretas em Abrantes |
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Barragem de Belver |
No dia seguinte tínhamos como objectivo Fragoselas, onde neste caso sou eu que tenho lá casa. Fragoselas fica no distrito de Viseu, Concelho de S. Pedro do Sul e para lá ir pernoitar, tivemos que fazer um desvio em Viseu para no dia seguinte voltarmos à N2 em Castro Daire. Perdemos ali alguns quilómetros da N2 entre Viseu e Castro Daire, mas foi por uma boa razão e também acabámos por ganhar com um desvio, dado o percurso até Fragoselas ser brutal.
Também neste dia, juntou-se a nós o meu irmão e a minha cunhada. O meu irmão também seria um dos participantes nesta aventura, mas compromissos de ultima hora, fizeram-no desistir. Mas como o bichinho ficou a roer, decidiu neste dia acompanhar-os entre Abrantes e Gois.
O Ponto de encontro foi no Intermarche de Abrantes e dai partimos para a primeira paragem no Penedo Furado, um pequeno desvio, mas que vale muita a pena, pela beleza natural que envolve toda aquela zona, incluindo a magnifica praia fluvial.
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Praia fluvial do Penedo Furado |
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A cambada |
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As motas são bonitas .. mas os gajos !!! |
Depois de desfrutarmos deste belo local partimos para o centro geodésico de Portugal. O Centro Geodésico de Portugal não é nada mais nada menos do que o ponto central de portugal. Tem uma altitude de 600 metros e uma visão de 360º, consegue-se ver a Serra da Lousã e até a serra da estrela, que neste dia e como lá no alto tinha neve, foi uma visão magnifica.
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Centro Geodésico de Portugal |
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Centro Geodésico de Portugal |
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Vista panorâmica |
Daqui partimos para Pedrogão pequeno, onde fomos visitar um local brutal. O moinho das Freiras junto ao rio Zêzere. A estrada a partir daqui já é mais sinuosa com um traçado que já faz as delicias de qualquer motociclista e apesar dos últimos incêndios, já se vai vendo a natureza a remanescer encontrando-se uma mistura do negro com o verde.
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Pedrogão Pequeno |
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Moinho das Freiras |
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O Mano e a Cunhada (gosto mesmo é da camisola do Mano) |
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ponte |
Aproveitámos e foi aqui que almoçamos, para depois partimos para Gois e fazer a despedida ao meu irmão. Daqui passamos pela barragem de Cabril com uma paisagem fantástica, para logo a seguir atravessarmos o centro de Pedrogão Grande. Até Gois voltámos a um percurso em altitude, rodeados de declives abruptos e de encostas profundamente sulcadas por linhas de água, este é o relevo propício a uma estrada sinuosa e panoramas elevados que me deu muito prazer na condução.
A N2 foi traçada tendo em conta o enquadramento paisagístico, unindo estrategicamente pontos povoados e de interesse histórico, com uma geometria que alimenta a alma de qualquer roteiro em duas rodas.
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Gois |
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A despedida |
Depois da despedida em Gois, partimos até à praia fluvial de Penamacor para mais um banho, mas desta vez já com calções.
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Praia fluvial de Penamacor |
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O banhinho mas aqui de água gelada |
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Panorâmica |
Daqui seguimos para Viseu e é onde se tem que ter mais atenção. O antigo percurso da Estrada N2 coincide com o traçado do actual IP3. Esta é uma etapa pouco sinalizada, por onde seguir o trajecto exacto poderá tornar-se confuso caso não se esteja desperto para essa situação. No nosso caso optamos por guiar-nos através de GPS e ainda assim tivemos que inventar um pouco, entrando no IP3 no Lavradio e saindo só em Santa Comba Dão, atravessando assim a barragem da Aguieira.
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Viseu |
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Viseu |
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Uma cervejinha em Viseu |
Em Viseu saímos da N2 e seguimos para São Pedro de Sul com destino aos Montes Mágicos da serra do São Macário. Um traçado de paisagens que só por si já são brutais, mas como o fizemos ao cair da noite o percurso torno-se ainda mais bonito com o por do sol a contemplar-nos e os montes com cores vivas de roxo e amarelo, típico desta altura do ano.
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O Por do sol |
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A contemplar o que há de mais bonito |
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Siga para o Portal do inferno. |
No dia seguinte depois de uma noite no descanso e silencio dos Deuses. Partimos com destina a Chaves. Saímos de Fragoselas em direcção a Castro Daire por estradas de montanha e bastante sinuosas onde todo o cuidado era pouco. Chegados a Castro Daire e depois de entrar novamente na N2, seguimos para Lamego.
Uma das grandes características da N2, é o facto de nos levar sempre ao melhor do património português. E a chegada a Lamego é outro exemplo perfeito. As imensas escadarias do Santuário de Nossa Senhora dos Remédios convidam-nos a uma paragem. Visitamos um distinto monumento religioso elevado numa encosta, entre os verdejantes jardins que o enquadram em sintonia.
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A ultima foto nos montes mágicos |
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Nossa Senhora dos Remédios |
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Escadaria |
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Castanheiro com 700 anos |
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Lamego |
De Lamego saímos em direcção ao Peso da Régua em montanhas que rodeiam o Douro e numa estradas com traçado curvilíneo. Percorre os pequenos vilarejos, atravessam as encostas de vinhas e pomares e oferecem um desfile em altitude sobre os largos horizontes que delas se observam.
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Peso da Régua |
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Peso da Régua |
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Peso da Régua |
Do Peso da Régua ruma-mos já depois de almoço para Vila Real no troço que segundo os especialistas tem tantas curvas como os dias do ano, mais precisamente 365. A entrada no Alto Douro Vinhateiro é sempre um momento alto de qualquer roteiro. A estrada desenha-se em contornos retorcidos, por entre a complexidade da paisagem modelada pelo homem ao longo dos anos. Entramos em pleno pelos socalcos do Douro. Na verdade para mim em termos de condução de mota foi o troço que mais gozo me deu, as 365 curvas num pavimento bom e com um traçado espectacular, dá a quem tem o prazer de conduzir uma mota nas calmas e desfrutar da mesma o esplendor e prazer supremo.
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Vila Real |
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Vila Real |
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Vila real |
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Vila Real |
De Vila Real a Chaves percorre-se uma vasta região termal que nos apela para uma visita atempada e foi o que fizemos nas Pedras Salgadas. O Parque Termal de Pedras Salgadas é um dos mais belos parques, segundo sei e confirmei, do interior de Portugal, e tem a sua origem na segunda metade do séc. XIX. Dotado de uma fauna e flora característica, ao longo de 20 hectares, goza de um microclima favorável, que potencia o esplendor da natureza. Com um grande lago, piscinas e percursos pedestres marcados, o parque convida a um passeio a pé ou de bicicleta, entre família ou amigos.
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Pedras Salgadas |
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Pedras Salgadas |
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Pedras Salgadas |
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Casino |
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Jardins |
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Não podia deixar de ser |
O ultimo troço, até Chaves foi feito já ao fim de tarde e num lapise. A chegada foi o momento alto desta aventura, o quilometro zero foi o culminar das melhores sensações desta aventura, o culminar de uma viagem espectacular, o culminar de todos os momentos intensos por que passamos, o culminar de uma recordação para a vida.
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KM 0 |
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Vista do quarto de Hotel |
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Chaves |
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Chaves |
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Chaves |
Agora faltava o regressa, que foi feito em dois dias e pelo interior, com passagens por Mirandela, Foz Côa, Almeida, Castelo Branco e novamente Mação, onde pernoitámos, para no dia seguinte regressámos a casa através das lezírias Ribatejanas.
Percurso que também se mostrou bastante bonito com pormenores muito interessantes e que merecem ser revisitados. Realço Foz Côa e Almeida.
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Mirandela |
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Mirandela |
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IP 2 junto ao rio Sabor |
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Miradouro do caminho de costa |
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Foz Côa |
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Almeida |
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Cavalariça Real de Almeida |
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Na cavalariça Real |
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Ponte de Belver |
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Castelo de Belver |
Para acabar fica aqui representado o percurso que fizemos de 1400 quilómetros em 4 dias.
Tenho a agradecer ao Nuno a companhia e a cumplicidade que fez com que esta aventura correr-se tão bem e que me deixa recordações para a vida. Fica a promessa de voltar, não para fazer o resto da parte sul, mas talvez para começar em Chaves e acabar em Faro.
Uma palavra também ao meu irmão e à minha cunhada, pelo bocadinho que passaram com nós, que apesar de ser só um bocadinho, para mim foi muito importante.
5 🌟
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