sexta-feira, 22 de outubro de 2021

As Bikes na minha vida.


Um dia vou ficar velho e não poderei andar mais na minha bicicleta e ela vai ficar na minha garagem como um troféu das minhas memórias.
Conheci pessoas com o mesmo espírito, as quais me ensinaram muita coisa, conheci outras que fico feliz por tê-las esquecido.
Algumas vezes molhei-me, passei frio, senti calor e medo. Caí e levantei-me e às vezes ferido.
Mas também sorri muito com um capacete na cabeça.
Falei inúmeras vezes comigo mesmo, cantei e gritei como um louco.
Sim, houve vezes em que chorei.
Vi lugares maravilhosos e tive experiências inesquecíveis.
Encarei curvas, daquelas que nem eu mesmo sei como saí inteiro e depois estive em descidas ainda mais perigosas.
Parei mil vezes para observar uma paisagem e falei com desconhecidos, esquecendo-me daqueles que vejo todos os dias.
Andei com os meus amigos e voltei para casa com paz no meu coração.
Muitas vezes pensei que seria perigoso, mas sempre tive presente que o significado de ser corajoso é avançar ainda tendo medo.
Sempre que eu ando de bicicleta penso como é maravilhoso ir para um caminho, muitos deles sem um destino.
Parei de falar com quem não entende o que é uma bicicleta e aprendi a comunicar com gestos... Todos os que gostam de bicicletas entendem-nos.
É muito verdade: não é um meio de transporte confortável e não é um pedaço de ferro com duas rodas, mas sim a parte perdida dos meus sonhos e espírito.
Há aqueles que dizem que para ser uma pessoa mais séria teria que parar de andar de bicicleta.
Não respondo, só sorrio e penso: para aqueles que não entendem, nenhuma explicação seria suficiente e para aqueles que entendem... nenhuma é necessária!
É impossível explicar e falar de paz e liberdade a quem nunca pedalou. Andar de bicicleta... só sabe quem pedala.


Desde cedo comecei a andar de bicicleta, não me lembro, mas talvez pelos 5/6 anos de idade. Desde então sempre foi algo que esteve presente na minha vida.

A minha primeira bicicleta, foi o meu pai que me deu. Uma roda "12, com a qual andei até aos meus 16 anos. Por fim já quase que batia com os joelhos no queixo.

A primeira bicicleta que comprei, foi de estrada em 1986, com a qual fiz alguns passeios pela zona de Sintra, Mafra e Ericeira. Mas com o aumento do tráfego rodoviário e a falta de civismo e respeito por parte dos condutores de automóveis, acabei por deixar de andar.

Mais tarde e com o aparecimento das BTT, voltei a comprar outra, que na altura era uma grande maquina. Importada da Bélgica e equipada com o melhor que havia. Quadro em liga de alumínio, transmissão shimano LX, travões da mesma marca e com o resto dos componentes top de gama.

A minha primeira BTT (Flandria)

Hoje essa bicicleta ainda faz parte do meu espolio, com umas alterações e roupagem nova. Serve sobretudo para emprestar aos amigos que se querem iniciar no BTT e não têm bike. Mas também continua a ser a minha companheira na procura de caches.


A Flandria actualmente 

Quando comecei no BTT, praticamente ninguém o praticava. As minhas voltas foram durante alguns anos, sozinho e à descoberta de novos trilhos. Metendo-me por caminhos que não conhecia e muitas vezes não me levavam a lado nenhum, mas em compensação conheci muitos locais magníficos e de paisagens de cortar a respiração, que para mim hoje são banais por lá passar com alguma frequência, mas na altura foram descobertas deslumbrantes e muitas vezes cheias de aventura e adrenalina. Hoje e lembrando-me desses dias em solitário tenho a noção que corri alguns riscos. Se me tivesse esbardalhado com gravidade em alguns locais, acho que tinha lá ficado. Na altura ainda não tinha telemóvel e a família mal sabia por onde eu andava.  

Mais tarde comprei uma Bike mais a serio para o meu filho Ricardo. Uma Marine importada dos Estados Unidos de propósito por causa do tamanho do quadro, que não consegui encontrar cá em Portugal e mesmo assim mal conseguia andar, por ser enorme para ele.


O Ricardo

Desde então tem sido o meu companheiro de sempre, compartilhando experiências, vivências e cumplicidades que me deixam como pai orgulhoso e muito sensibilizado por todo o que já andamos juntos. Foi graças às bikes e aos passeios que hoje temos uma relação muito próxima de grandes amigos. Hoje é ele o grande impulsionador dos passeios com os amigos, é ele que combina e organiza todo. Também tem sido ele que tem influenciado muitos amigos e familiares a iniciarem e a juntarem-se aos nossos passeios.  


Os primeiros a juntarem-se, foi o meu irmão Carlos e os meus primos Vitinhas e Canudo. Passeios sempre divertidos com as maluqueira de cada um. 



  
O grupo foi aumentando, com uns mais assíduos do que outros, chegamos a juntar nestas brincadeiras cerca de 20 pessoas.  


Um dos grupos

Claro que em tantos passeios (quase todos os domingos), existem passeios que por uma ou outra razão nos ficam na memoria. Ou pelos locais, ou pelas maluqueiras e até por causa de quedas, que tem sido sempre sem grande gravidade. Ainda assim já tivemos que algumas vezes ir ao hospital com umas clavículas partidas. Mas de uma maneira geral tem sido os momentos divertidos que tenho como recordação. 

Uma queda (divertida)

Depois da queda (só lama)

A lama sai com àgua

Os tanque para lavar a roupa, também servem para lavar bikes (Vitinhas)

As voltas tem sido tantas e tão boas que é difícil salientar alguma. No entanto tenho passeios que me marcaram muito e que me vou recordar para sempre.

A primeira vez que usei o GPS. Só a meio da volta é que percebi que o tinha montado ao contrario 

Algures pela zona saloia 

Medo

No comboio para Torres Vedras

Santa Cruz

Foz do Sizandro

A descansar na volta de Torres Vedras

Na arriba fóssil da costa da Caparica

O mecânico de serviço 

Ponte de madeira na zona saloia 

Canudo, uma personage 

Vaidoso 

Magoito

Mais uma queda




É só água 

Nocturno 

Alentejo

Mais um grupo 

Sintra

No Buraco do Fojo

No buraco do Fojo

Inicio para Fátima

A caminho de Fátima 

Fátima

Monsanto

Para os lados do Guincho 

Foz do Sizandro

Nos caminhos de Santiago de Compostela

Nos caminhos de Santiago de Compostela


Ponte de Lima

Santiago de Compostela


Depois desta aventura voltei a Santiago em 2016, mas desta vez a partir de minha casa. Uma aventura com cerca de 700 quilómetros e 10 dias de viagem. 

A viagem ficou de comentada e relatada aqui : De casa a Santiago de Compostela.


Em 2017 adquiri ao meu primo Vítor uma Focus de suspensão total, para por cabritar com mais segurança nos trilhos de Sintra e desta maneira guardar a velhinha Trek para as grandes viagens. 

 
Fucos


A Fucos a sofrer na lama

A cabritar



A Fucos nas azenhas do Mar 

Em 2017 a a ventura levou-me a fazer a grande rota do Zêzere, um percurso com paisagens brutais mas de uma dureza imensa. Também ela relatada aqui :Grande rota do Zêzere .   


O inicio da GRZ

GRZ


 No fim da GRZ

Em 2018 acabei por fazer duas grandes viagens. Uma no canal Midi  Canal Midi em França e a outra com um sentimento muito especial, que foi ligar a minha casa à Aldeia das minhas origens - Fragoselas. De Casa a Fragoselas 


Canal Midi

Canal Midi 



De Casa a Fragoselas 

Ainda em 2018 tive a oportunidade de fazer mais uma viagem, também ela muito bonita num circuito circular a começar e a acabar em Coimbra, passando pelas ecovias do Dão e Vouga. Ecovias do Dão e Vouga

Ecovia do Vouga 

Já em 2019 e com a nova montada especialmente adquirida para as grandes viagens, liguei o Redondo a terra da minha mais que tudo, à Agualva. Redondo - Agualva

Nova montada 

Redondo - Agualva 

Redondo - Agualva 

Ainda em 2019 aproveitando o feriado de Novembro, juntámos-nos e fizemos parte da Eurovelo 1 entre São Martinho do Porto e Sintra, mais precisamente até minha casa. Eurovelo 1

Eurovelo 1 


Em 2020 ano da pandemia do covid 19, ainda consegui arranjar uns dias fora do confinamento, para fazer os caminhos de Santiago no Alentejo, na a companhia do meu amigo Lopes. 
Neste ano foi a única aventura que consegui fazer dado o estado de calamidade e restrições a que ficámos sujeitos. 

Caminhos de Santiago no Alentejo

 
Caminhos de Santiago no Alentejo

Caminhos de Santiago no Alentejo 


Já em 2020 adquiri a Nordest  Bardino, para substituir a Focus já muito desgastada. Uma maquina como nunca tive. Se bem que ao inicio a roda 29" e as transmissões novas de um prato à frente me deixassem séptico, na verdade depois de dar umas voltas na Nordest rendi-me às tendências. A facilidade tanto a subir como a descer notasse muito e depois com o quadro em aço a segurança s descer é outra e as novas transmissões não tem nada a ver com o que estava habituado. A tecnologia nas bicicletas tem avançado e melhorado as prestações a um nível muito alto.  


A levar tratamento 

Na paraia de S. Julião

A Cabritar

Serra da Arrabida

Nas Azenhas do Mar 




120 km

Para aproveitar o confinamento do covid, em Abril de 2021 decidi circunscrever de bicicleta toda a balha urbana de Lisboa. Começando na Agualva em direcção a Odivelas, Loures, descendo o rio Trancão até Sacavém, para depois rolar péla frente ribeirinha de Lisboa, marginal aproveitando as ciclovias até ao Guincho, subir um bocado da serra de Sintra e atravessar a quinta do Pisão, para depois regressar via Linho, Abrunheira e Tabaqueira.

Esta volta deu um total de 122 quilómetros e uma acumulada de 1.063 metros, num dia fantástico para andar de bicicleta e com as paisagens bonitas que todos conhecemos da zona de Lisboa. 


















Em Setembro de 2021 foi conhecer com o Ricardo, Fernando e o Nuno os trilhos de Tábua. Percursos que percorrem grande parte do concelho através de caminhos rurais, trilhos e single tracks florestais delimitados por áreas de pinhal, eucaliptal, produção agrícola e pélas margens do rio Mondego.

A passagem por trilhos com declives acentuados e secções mais técnicas exige uma boa preparação física, mas compensa pélas zonas de interesse paisagístico, como a Pedra da Sé, o Vale de Gaios e a Albufeira da Barragem de Aguieira.

O percurso que fizemos, foi todo ele espectacular com muito pouco alcatrão e por locais muito agradáveis, mas a parte final no Vale de Gaios foi brutal, com direito a um banhinho na praia fluvial. 


















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